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Robert Doisneau (meu amor) - Paris - 1947 |
Eu li a primeira frase da dedicatória e desejei que tivesse escrito uma assim, tão bonita, para você. Não tenho ferramentas para isso. Te conheço tão pouco. Me reconheço em ti, mas isso não é suficiente.
Me reconheço na falta de fé e na crença sobre a energia que move o mundo. Na ideia de que as coisas e sentimentos, todos eles, são ilusões muito bem construídas. No tédio dos outros e de nós. E na vontade de estar sozinho, no mundo ou no banheiro.
Gosto muito de ter feito um pouco da nossa imaginação virar realidade naqueles dias de sol e fugas para a praia, mas gosto mais ainda do que permanece imaginário, idealizado, platônico. Assim não precisamos esperar mais nada de nós além do que já passou.
Mas o livro, o livro pode ficar contigo por muito tempo. E pode acabar em um sebo qualquer. Sem minha dedicatória. E quem sabe, no seu quarto sem cama e sem guarda-roupas, você encontre um outro lugar para me esconder. E ainda lembre de mim à noite, antes de dormir.
E eu, bom, para além de todas as coincidências daquela matéria d'O Globo, de tudo que vem de você, permanece em mim uma vontade de sorrir...
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