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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Lonely Hands (Angus and Julia - parte 3)

Poderíamos ter conhecido a cidade inteira em uma madrugada, mas tínhamos mapas mais interessantes para desenhar. Mãos desajeitadas procuravam maneiras de tirar as roupas, enquanto as bocas se tocavam curiosas, e os corpos, antes desconhecidos, se apresentavam.

A timidez era esquecida um pouco a cada vez que, com a respiração ofegante, eu repetia teu nome. Você estava ali, você estava dentro de mim. E aquilo parecia muito certo. Depois da primeira, a ansiedade já tinha se tornado exploração divertida de possibilidades.

Como quando te acordei porque precisava ir, mas não iria sem antes te dar bom dia, aquele bom dia. E quando, no escuro, me enfiei debaixo das cobertas e te senti com a boca, os dentes, a língua, e você acendeu a luz para me olhar nos olhos, com jeito de quem não ia (será que vai?) apagar aquilo da memória.

Durante as noites e as manhãs, guardávamos no armário os não-me-toques, nos tocávamos bastante, por que precisávamos. Para poder guardar tudo de volta na caixinha do fundo do gaveteiro sabendo que não foi só mais uma das nossas invenções incríveis de mundos e cidades distantes. Foi de verdade.

  • para ler ouvindo: Angus and Julia Stone - Lonely Hands
I bit my tongue in the ark of conversation
I've met you once and I've fallen for your notions
Do you believe that there is treasures in the ocean
I don't know why
I don't know why

You make me wanna feel
Things I've never felt before

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