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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A Maldição dos Estágios

Eu sempre achei que esse negócio de azar fosse mais imaginário do que qualquer outra coisa, pensava que ninguém tem sorte ou tem azar, é simplesmente inteligência ou falta dela; mas depois que comecei a estagiar, mudei radicalmente de opinião. Baseada em fatos reais, e pior, acontecidos comigo mesma. Eu tenho azar excepcional quando se trata de estágios. Você tá rindo, é?  Espera um pouco que você vai entender do quê eu estou falando.
Era uma vez, em 2007, uma menina que veio de Florianópolis passar as férias com a família e teve a idéia de aproveitar as férias para fazer um estágio na emissora local da Rede Globo. Trabalhar na redação, sair com os repórteres, ver o jornal ir ao ar e acompanhar a correria nas ilhas de edição, tudo era novo e lindo.
Sair acompanhando as equipes de externa era a melhor parte, ver tudo acontecer; até o dia em que a redação recebeu um telefonema: um homem que trabalhava em uma antena caiu e acabou por falecer, lá vamos nós fazer a cobertura, o falecido era o mesmo homem que prestava manutenção às antenas de transmissão da emissora. E então, tudo começou. Depois de algumas externas tranquilas e sem tragédias, novamente ouvimos o `bip`do radinho da polícia, desta vez, um ciclista atropelado por um ônibus, alguns dias e o `bip` outra vez, um caminhão de gás havia invadido a casa de uma senhora, pela TERCEIRA VEZ naquele ano, mais alguns dias e lá estava o `bip` de novo, desta vez a mais incomum das situações, um homem encontrado morto no motel, e pior que isso, ao que parecia, o coitado morreu antes mesmo de abaixar as calças, e lá estava eu, outra vez, acompanhada por bombeiros, policiais, médicos legistas e a equipe da TV. Recebi o ingrato apelido de "Mensageira da Desgraça", que é lembrado até hoje.
Meu segundo estágio por aqui, em 2008, não rendeu pautas tão mórbidas; foi uma coisa mais animal. Uma apreensão de tartarugas pelo IBAMA, algumas delas já assadas, para o almoço do criador; um macaco fugitivo que pulava de mangueira para jambeiro e acabou pendurado num fio elétrico (esse sobreviveu, e atende hoje pelo nome de Flash, criativo, não?), uma jaguatirica simpática chamada Barteau, que eu carreguei no colo e tudo, um link para jornal direto do cais improvisado da cidade e a repórter tomando choques constantes do microfone enquando entrevistava o convidado, mas além disso, nada muito grave. O apelido permaneceu, menos forte desta vez.
E agora, bom, recem inicei meu estágio aqui, esperando ansiosa a resposta de um currículo que mandei para estagiar em uma empresa em Florianópolis, eles responderam, pediram meu material da internet, eu mandei, eles responderam, querem me entrevistar ainda essa semana. Você entendeu? ESSA SEMAMA. Eu estou em Santarém, a entrevista é em Florianópolis. E aí, entendeu? Como se nada disso bastasse, o fundador da emissora onde eu faço estágio de férias, que apesar de velhinho tinha uma saúde e tanto, faleceu. NÃO FUI EU, GENTE! PELAMORDASANTADOSESTAGIARIOSAMALDIÇOADOS, NÃO FUI EU!

*Antes que se diga algo, sinto muitíssimo pela morte do seu Joquim Pereira, que foi um empreendedor, e com muita ousadia fundou o primeiro jornal impresso de Santarém e depois a primeira emissora de TV e Rádio no oeste do Pará, há trinta anos, e comandou sua empresa com sabedoria, sempre prezando pela qualidade em seu trabalho.

1 comentários:

Ângela Cavalcante disse...

Ei! Como assim?: “nada muito grave”! Eu quase MORRI tá!?!

Mas vamos combinar Dona Geller, vc é bem “pé frio” né? Kkkkkkkkk
Quem diria uma pessoa com carinha de Anjo ser conhecida como "Mensageira da Desgraça"! É pra acabar! Rsrsrs
Salvem-se que puder!rs

Sucesso pra vc!
bjs

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