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domingo, 22 de julho de 2007

Não se diz nada

Não queria deixar passar em branco o acidente com o vôo 3054, mas o que dizer, então? Que foi um absurdo? Que foi uma tragédia? Que eu sinto muito? Pôr a culpa em alguém, talvez... Não, não, não. Todo mundo sabe que foi um absurdo, que foi uma tragédia, todo mundo sente muito, todo mundo pode culpar alguém. Eu não posso, não. Eu posso dizer que fiquei chocada ao perceber como meus planos, sonhos, projetos são frágeis e podem em alguns segundinhos acabar. Egoísta né. Mas foi isso que aconteceu.
Pensei em todos os sonhos que acabaram ali, queimados, sem chance nenhuma. Daí pensei em quantas chances eu deixei de dar aos meus planos... Ahhh, inocente eu, achei que as sempre viriam mais e mais chances, e agora acontece isso. Que revolta, que revolta. Quer dizer então, que pode tudo acabar. Como é que se pode devolver à essas famílias os planos dos que morreram ali, só os planos; como? Como se diz pra essas pessoas que ficaram, que pode tudo acabar?
Não se diz nada. NADA.

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