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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Um e meio

Criptografei uma mensagem, e o destinatário, apesar de ser um premiado escritor de códigos, não pôde decifrá-la.
Assim também, teve problemas para compreender o que eu disse sobre hombridade. Logo percebi que isso aconteceu por que não estava falando com um homem, mas com um menino, assutado, que usa máscaras e personagens para, feito Dom Quixote, enfrentar moinhos de vento como se fossem gigantes.
Quixotescamente, pensa agir como herói quando distorce a realidade para que melhor lhe convenha, dessa forma, não admite serem apenas moinhos aqueles monstros. Mas, ao contrário do puro herói de Cervantes, não ouve Sancho Panza, não se importa com as Dulcinéias.
Enquanto Quixote usa suas nobres fantasias em busca de uma nova vida, de uma mudança, ele se atém ao de sempre, tem medo de mudar e crescer, de enfrentar os gigantes reais.
Sabe, talvez seja melhor desse jeito, seria duro demais perder uma destas batalhas, e sua armadura frágil de arrogância e agressividade não resistiria nem sequer ao primeiro golpe. Nem a um e meio.


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