As aventuras de uma estagiária!

Nunca imaginei que um estágio seria tão emocionante. Logo que cheguei passei uma semana trabalhando na produção, revisando as cabeças, corrigindo textos e as coisas que eu imaginei que faria, nada de muita ação, afinal, sou só uma estagiária. Mas logo chegou o dia em que uma repórter sumiu, um cinegrafista sobrou e um acidente aconteceu. Confusão na redação, quem vai cobrir o factual? Tá sem repórter! Vai Juliana...vai a Juliana mesmo! Fui.

Nervosa dentro do carro, dizia pro cinegrafista: O que eu faço? Me ajuda...me orienta! Ai meu Deus! Chegamos, pega dados, quem foi o acidentado, o que houve, como foi, foi. Um acidente de trabalho, óbito. O homem foi instalar uma antena e caiu do telhado, sem equipamento de segurança. Minha primeira matéria. Sonora com bombeiro, sonora com testemunha. O povo das outras TV's, calor, cadê o IML?, aí chegou a repórter pra me ajudar, alívio, fiz tudo direitinho, matéria no ar. Descanse em paz.

Voltei pra redação, a vida no ar condicionado de novo, a correria da redação parece até coordenada perto da vida na rua. Mas gostei de sair, saí de novo, reportagem sobre...até esqueci sobre o que era depois que ouvi no radinho: homem morto no motel. Lá fomos nós, mais uma vez. Eu, Ângela, Elivaldo e todo o 3º BPM no motel uma manhã inteira, até o delegado esteve por lá, um auê danado. O "pegador" não teve nem tempo de tirar as calças, morreu antes. Ataque cardíaco fulminante. A"moça" que o acompanhava fugiu, e ainda levou a carteira do falecido. Que não pagou o motel pois estava duro. Descanse em paz II.

Depois disso fiquei conhecida na TV como "mensageira da desgraça", e as equipes se negavam a me levar pra qualquer lugar: "Sempre que ela vai junto morre alguém!". Ok, convenci a equipe de que tudo não passa de trágicas coincidências, e saí novamente. Daí em diante, passou a ser cômico.

(não para por aí, assim que puder volto pra contar mais aventuras.)