Assim era a menina, sempre com seus óculos escuros, por que tinha medo de ter a visão roubada pelo olhar de alguém. Tinha muitos amigos, e não era amiga de ninguém. Nem poderia ser. Era assim. Perfeita, simples desse jeito; e complicada, mas sempre perfeita. Porque tinha que ser dessa forma, de outra ela não existiria.
Nunca chorava, nem sorria sempre. Tinha um ar de quem não se importa, e um jeito hipnótico de te levar onde ela quisesse. Não falava muito, e seus beijos nunca deveriam terminar.
Quando aparecia, o lugar se enchia de luzes, luzes de todas as cores; e tudo em volta parecia distorcido, e só se via a menina, e as luzes. Olha-la causava uma estranha espécie de medo e prazer ao mesmo tempo, chegava a dar arrepios. Estando perto dela todas as outras pessoas que existiam se tornavam água; e logo você se sentia mergulhado em um mar, você e ela. E debaixo d’água ela morava. A casa parecia tão bonita. Sem paredes, muito cheia de risadas desvairadas, uma vontade incontrolável de enlouquecer. O melhor de tudo é que lá não existia tempo, nem passar do tempo, nem depois, nem antes, nem amanha.
Nunca chorava, nem sorria sempre. Tinha um ar de quem não se importa, e um jeito hipnótico de te levar onde ela quisesse. Não falava muito, e seus beijos nunca deveriam terminar.
Quando aparecia, o lugar se enchia de luzes, luzes de todas as cores; e tudo em volta parecia distorcido, e só se via a menina, e as luzes. Olha-la causava uma estranha espécie de medo e prazer ao mesmo tempo, chegava a dar arrepios. Estando perto dela todas as outras pessoas que existiam se tornavam água; e logo você se sentia mergulhado em um mar, você e ela. E debaixo d’água ela morava. A casa parecia tão bonita. Sem paredes, muito cheia de risadas desvairadas, uma vontade incontrolável de enlouquecer. O melhor de tudo é que lá não existia tempo, nem passar do tempo, nem depois, nem antes, nem amanha.
Amanhã ela sumia como num passe de mágica, te deixava sem que você percebesse. E tudo que se podia sentir era uma saudade interminável, dor terrível que nenhum remédio pode curar, uma tristeza tão grande que não te deixa levantar. Frustração. A mesma sensação que se tem quando você acorda de um sonho muito bom e percebe que foi apenas sonho, mais o vazio que sua ausência causava. Inútil existir longe dela, porque tudo nela é tão bom, é tão intenso.
Ela não gostava do dia, muitas vezes nem da noite. Acho mesmo que só sentia prazer em te ver de longe, depois de partir. Saber exatamente quanto você sofre, e porquê. E dizer baixinho no seu ouvido que aconteceu tudo por escolha sua. E depois que ela diz isso, você lembra de como eram ácidos os beijos dela.
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