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terça-feira, 21 de dezembro de 2004

Revolução sexual nº 2

Parecia uma tarde qualquer, mas não era. Na praça XV de novembro, sob nossa famosa figueira, manifestantes incontroláveis queimavam peças de roupa íntima. Pretendiam, desta forma, deixar claro seu descontentamento com tantos anos de discriminação e exploração.
Muito se fala sobre o aumento significativo da participação feminina no mercado de trabalho, especialmente em áreas, até então, de exclusividade masculina. O que se esquece, porém, é que para que essa mulher atingisse esse ponto, foi necessário que ela tomasse o lugar de um ou vários homens.
E este homem, que criou os supermercados a fim de não mais precisar caçar para alimentar seu clã e teve seu lugar de caixa, carregador e administrador tomado por valentes amazonas, para onde foi? Foi às compras, é claro! Passou 4 horas em um salão de beleza, comprou cremes anti-rugas e roupas da moda, logo depois buscou os filhos na escola e os ajudou com a lição de casa, que deveria estar pronta quando mamãe chegasse para apanhá-los para o fim de semana.
E assim que a mãe levou as crianças, ele se dirigiu à praça XV, onde se queimavam cuecas ao invés de sutiãs, e onde metrossexuais lutavam pelo direito de ter a guarda de seus filhos e pensões decentes, e pelo direito de comprar bolsas Louis Vuitton e usar Channel nº5.

*Redação que eu escrevi no vestibular da UFSC, fui obrigada a copiar no comprovante de inscrição pra passar pro blog...

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