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domingo, 31 de outubro de 2004

Eu tenho medo do escuro.

Algo me bloqueou a inspiração, e eu nem sei o que é.
É uma sensação um tanto estranha perceber que algumas pessoas já não te conhecem mais, é um tanto desolador, e um tanto bom saber que você mudou. Mas o mais estranho é você saber que não quer mais deixar essas pessoas te conhecerem como antes, que de alguma forma deseja se proteger do que já aconteceu... se proteger das suas próprias memórias.
Sabe, as memórias são a arma mais eficaz para matar um amor, o problema é que elas acabam te levando junto, e te matando também. Eu digo isso, e sei que existem memórias tão boas que te fazem querer voltar no tempo, e sei que não vale a pena voltar no tempo; eu digo isso porque apesar de existirem boas lembranças e boas lições em tudo que nos acontece, as que mais marcam sempre são as ruins, as que tem essa incrível capacidade de destruir um amor, de matar você.
Não tenho coragem para admitir que já não é a mesma coisa, que já não sou a mesma, que já não sinto o mesmo e tenho medo das minhas lembranças, tenho medo de coisas que passaram, tenho medo de que algumas coisas nunca passem, tenho medo de estar me deixando morrer, tenho medo de mudanças, tenho medo de errar, tenho medo de deixar acabar. Eu tenho medo do escuro.

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